A cirurgia de joelho é um dos procedimentos mais comuns na medicina e ortopedia. Isso se deve, sobretudo, ao fato da articulação promover a estabilidade entre os ossos da coxa e da perna. Portanto, é possível afirmar que a região é uma das mais sobrecarregadas do corpo humano. Para cada tipo de lesão, um método específico de cirurgia e tratamento pós-operatório. Inclusive, a fisioterapia de joelho é uma atividade necessária para recuperação do paciente, tal como você confere nesse texto.
O que é?
Nos últimos anos, foi possível constatar um aumento significativo no número de pessoas buscando alternativas para a prática de atividades saudáveis, tal como a musculação, corrida, artes marciais, dança e esportes em geral (futebol, basquete, etc). Em compensação, muitos desses praticantes não dispõem de profissionais especializados para dar orientações adequadas para o bom desenvolvimento da atividade física. Tendo isso em vista, a quantidade de lesões nas articulações aumentou paralelamente ao número de novos atletas amadores.
Um dos locais mais lesionados certamente é o joelho. Afinal, essa articulação é responsável pela estabilidade entre fêmur (osso da coxa) e tíbia (osso da perna) e, portanto, é uma região excessivamente acometida por sobrecargas. O joelho funciona como elo e transmissão de força entre os membros inferiores e tronco, tendo papel fundamental na geração de potência nas mais variadas atividades esportivas
Em muitos casos, a fisioterapia de joelho já é suficiente para amenizar o desconforto causado pela contusão, trauma, entorse ou estiramento da região. Entretanto, em casos mais graves, principalmente em atletas profissionais, a cirurgia de joelho é a alternativa mais cabível.
As intervenções cirúrgicas nesses casos, geralmente são procedimentos simples, mas eficazes na recuperação do paciente lesionado. De forma geral, após a operação, o paciente já nota melhoras significativas no movimento da articulação. Mesmo assim, o pós-operatório aliado à fisioterapia de joelho é obrigatório para sua reabilitação.
Quando é preciso realizar o procedimento?
Quando a dor no joelho é incessante, ou alguma parte da articulação for lesionada com gravidade, é necessário que o paciente se submeta a uma intervenção cirúrgica. Existe uma série de lesões que podem levá-lo a realizar uma cirurgia de joelho. Cabe ao ortopedista responsável pelo tratamento indicar a operação, caso não haja alternativa de recuperação.
Entorses, desgastes na cartilagem (artrose), lesão do ligamento cruzado anterior e posterior e lesão do menisco são os casos mais comuns que necessitam do procedimento cirúrgico. Embora sejam lesões distintas, todas causam dor no joelho e limitam a mobilidade do paciente acometido pela injúria.
Como é feito o procedimento?
Após o diagnóstico da lesão, o paciente será indicado para o tipo de cirurgia mais adequada. Os principais procedimentos são: artroscopia, artroplastia (osteotomia), substituição total do joelho, ressecção, reconstrução de ligamentos e reparo do tendão patelar.
Artroscopia: A mais comum, e pouco invasiva, é a artroscopia de joelho. Sob efeito de anestesia raquidiana (para membros inferiores), a cirurgia é realizada por meio de um procedimento endoscópico, em que um artroscópio é introduzido na articulação.
A imagem captada pela câmera, no interior do joelho, é exibida em tempo real no monitor do cirurgião. Além de ajudar no diagnóstico da lesão, a artroscopia é eficaz no tratamento do rompimento de meniscos, inflamações, problemas patelares e reconstruções ligamentares. É uma operação sem grandes riscos e que não ultrapassa uma hora de duração. Inclusive, no mesmo dia, o paciente poderá receber alta do hospital.
Artroplastia (ou osteotomia): Procedimento indicado para restabelecer a mobilidade e o pleno funcionamento da articulação. É indicado para casos de osteoartrose, em que o paciente sofre com constante dor no joelho e alterações de alinhamento articular.
Substituição total do joelho: Esse tipo de intervenção é necessário quando algum tendão, osso ou tecido é gravemente lesionado. Diante disso, é preciso remover a região para que uma peça de metal ou de plástico seja implantada no lugar.
Ressecção: Procedimento que consiste na remoção de uma região degenerada. Seja osso, cartilagem, ligamento ou tendão.
Reconstrução de ligamentos: A reconstrução do ligamento cruzado anterior é feito por meio de enxerto de tecidos orgânicos, retirados de outras partes do paciente.
Reparo do tendão patelar: Esse tipo de cirurgia de joelho compreende a realização de suturas nas partes lesionadas do tendão. É indicada para pacientes que sofreram algum tipo de dano no tendão patelar, comumente associado à prática de atividades esportivas.
Como é o pós-operatório?
O pós-operatório sempre requer muita atenção por parte do paciente, médico e fisioterapeuta. Essa é a etapa crucial para o restabelecimento motor da articulação possibilitando ao paciente retomar suas atividades de vida diária e esportivas. Geralmente, o repouso relativo se faz necessário durante os primeiros dias. A marcha deverá ser realizada de acordo com orientação da equipe, bem como a utilização de muletas.
A fisioterapia na maioria das cirurgias de joelho é iniciada imediatamente após o procedimento, buscando rápida e plena recuperação. A retirada dos pontos, quase sempre ocorre depois de 10 dias após o procedimento. O programa de fisioterapia pós-operatória é fundamental para a recuperação do paciente, sendo parte integrante e fundamental do processo de recuperação funcional e retomada das atividades.
De forma geral, o fisioterapeuta busca melhorar movimento articular, diminuir dor e inchaço, recuperar força muscular e propriocepção, e devolver o paciente/praticante de esporte às suas atividades de forma plena e com segurança.
Já o período de recuperação não pode ser medido de antemão. Cada caso depende da adaptação do organismo. Na maioria das vezes, o paciente se recupera parcialmente em até 2 meses. Após isso, suas atividades normais poderão ser retomadas gradativamente. Evidente que, mesmo recuperado, a fisioterapia deve ser mantida até o profissional achar necessário. Isso evita recidivas com novas lesões e complicações à cirurgia realizada.